A polêmica do digital com “U”


Nos últimos dias a campanha idealizada pela África para o Banco Itaú gerou grande polêmica ao trabalhar o conceito de que o Itaú é um banco digital, brincando com a palavra digital, que grafou propositalmente com ‘u’ no intuito de reforçar a ideia de que o banco atua fortemente nas plataformas digitais.




Nas peças são reforçadas as funcionalidades do aplicativo do banco que, segundo noticiou-se, registrou 1,6 bilhão de transações entre janeiro e setembro de 2015.

Além do vídeo veiculado na TV, que estreou na noite do último dia 14, a campanha foi apresentada em anúncios de mídia impressa, peças de mídia exterior, rádio, cinema e também nas mídias digitais.

O Conar recebeu 15 reclamações de consumidores, no sentido de que o título da campanha faria com que crianças entendessem que digital se escreve com “U” e não com “L”. Diante das reclamações, o Conar abriu, no dia 26/01, processo para apurar eventual infração ética na campanha “DIGITAU”.

A abertura do processo repercutiu muito e levou o Itaú, em resposta, a lançar um vídeo para explicar o conceito de comunicação e aquilo que estaria denominando “digitau”, com ‘u’.

No filme, o Itaú esclarece que “digital com u” se refere aos serviços online disponibilizados pelo banco aos seus clientes, tais como pagar contas por meio de fotos e transferir dinheiro por mensagens.

O Conar deverá julgar a peça criada pela África no início de março. 

Acreditamos que a polêmica se fez, em grande parte, devido à presença de crianças nas peças, especialmente no VT em que aparecem cantando o jingle que reforça o “digitau”. Alguns devem ter se perguntaram se esse conteúdo não seria algo capaz de desinformar o público, especialmente as crianças.

Nos parece que se as crianças não estivessem tão fortemente representadas nas peças, a repercussão poderia ter sido menos negativa, mas a sua presença atraia a atenção do público infantil e, consequentemente, pode trazer esse tipo de preocupação e repercussão entre pais e educadores.

Confira a 'resposta' do Itaú à polêmica em torno de seus anúncios:



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Dra. Valéria Barini De Santis. Advogada empresarial desde 1999, é responsável pela
área de Direito Publicitário do escritório Barini De Santis Advogados, consultora jurídica
da APP CAMPINAS - Associação dos Profissionais de Propaganda de Campinas, membro
da ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Industrial e professora universitária.
Possui mestrado em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie,
especialização em Direito da Propriedade Imaterial pela Escola Superior de Advocacia da
OAB/SP e em Direito Processual Civil pela Pontifícia Universidade de Católica de São Paulo.

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